terça-feira, 20 de abril de 2010

Moradores de Rua causam pânico na Rua Santa Catarina

Hugo da Silva

Moradores de Rua causam pânico na Rua Santa Catarina

Os moradores e comerciantes da Rua Santa Catarina, no bairro do José Menino, em Santos não agüentam mais os transtornos causados diariamente no local por moradores de rua. Acumulo de lixo, freqüentes assaltos, uso de drogas e as constantes aglomerações de desocupados nas calçadas, fazem com que este cenário se torne um caos para todos que transitam pela via. São adultos, crianças, mulheres grávidas e adolescentes que circulam pela região diariamente deixando moradores, comerciantes e turistas em estado de alerta a todo o momento.

Denise Carreta Gonzalez, que é comerciante há 12 anos no local, conta que está situação já se tornou um descaso das autoridades que os transtornos são diários . Ela explica que tem que fechar cedo o local por medo de furtos e roubos. “Eles usam drogas, furtam objetos das lojas, dormem nas calçadas, fazem sexo e necessidades fisiológicas nas calçadas”. Denise chegou a contratar um profissional para garantir a segurança de seu estabelecimento por conta desse problema. Além do problema da falta de policiamento, sua loja deixa de vender aos turistas que se sentem intimidados pelo problema. “Antigamente fechava a minha loja às oito da noite, hoje, por falta de segurança, fecho às seis da tarde. Deixo de trabalhar e de ganhar dinheiro com esse problema.

A secretária da Paróquia São Paulo Apóstolo, Marivalda Sobral, diz que o Padre Marco Antonio Rossi, junto aos fiéis, tiveram que colocar sistema de segurança e monitoramento que custou em média R$3.000,00 (três mil reais) por causa dos constantes roubos praticados pela população de rua. Ela ainda explica que por várias vezes a paróquia foi invadida para ser local de uso de drogas, e pela a intercedência do Padre ele passou a ser ameaçado de morte.

A moradora Maria Nazaré Silva Alvino, que mora no bairro há mais de 25 anos, conta também que sua família foi vítima de moradores de rua. “Meu marido teve o carro arranhado e também o auto-rádio roubado quando deixou o carro estacionado na rua de casa”. Maria Nazaré ainda explica que já reclamou por diversas vezes para a polícia, mas eles sempre dizem que não podem fazer nada a respeito. “Eles dizem que não podem levar uma pessoa presa se ela não comete nenhum delito e que dormir na rua não constitui crime”, desabafa. Ela ainda diz que testemunhou um assalto e que depois disso passou a ser ameaçada de morte. “O meu bairro que é um dos mais nobres da cidade vem se tornando cada vez mais parecido com uma favela”, argumenta Maria Nazaré.

Segundo o presidente da Sociedade de Melhoramentos do José Menino, Marcos Pereira dos Santos, há um ano aconteceu uma reunião na Paróquia São Paulo Apóstolo, onde participaram diversas autoridades do poder público, além de moradores e comerciantes da região para discutir sobre o assunto, mas de nada adiantou. “Um dia após a reunião houve um mutirão enorme no qual participaram a Guarda Municipal, Pólicia Militar e Assistente Social da Prefeitura de Santos, mas isso só durou um dia, porque logo depois os moradores de Rua voltaram a ficar no mesmo local, então é desesperador a situação. Fizeram uma limpeza para de baixo do tapete”. Santos ainda explica, que os moradores migraram para as encostas do Morro do José Menino do qual muitos fazem de lá sua moradia. “A situação chegou a tal ponto que eles convivem com ratazanas e baratas, muitos deles se prostituem nas escadarias do local a fim de arrecadar dinheiro para comprar Crack”, reclama Pereira.

Para Santos, a principal solução para equacionar o problema seria a de órgãos de segurança e assistencialismo públicos removerem essas pessoas, trata- lás, e depois devolvê-las para suas respectivas cidades já que muitas não são da região. “Este tipo de gente merece ajuda, porque eles são cidadãos e não bicho, mas o principal responsável realmente é o poder público, que só da às caras em épocas eleitorais e nós aqui, deste bairro, se tornamos reféns da passividade das autoridades, ficando privado do direito de ir e vir todos os dias”, desabafa Santos.

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