sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

68, o ano que mudou o mundo

A contextualização do movimento "Maio de 68" foi importante para envolver os alunos e alunas do projeto laboratorial jornal Agência Facos. A matéria a seguir foi orientada pelos professores Gerson Moreira Lima e Ivani Ribeiro da Silva..
Publicado na edição especial de 28/03/2008.

Cintia Ferreira

Em 2008, o mundo comemorou 40 anos do movimento estudantil de maio de 68, iniciado na França. A revolução que repercutiu no mundo inteiro buscava reformas na educação, melhores condições de trabalho, e se opunha à Guerra do Vietnã.

No Brasil, o enfoque era centrado na luta contra a ditadura militar imposta no país. As passeatas e movimentações estudantis exigiam a queda do regime.

A movimentação da França em 68 repercutiu no Brasil, mas segundo alguns personagens que viveram àquela época, as ações desencadeadas no País foram baseadas em motivos específicos relacionados à vigência da ditadura militar. De acordo com a professora da UniSantos, Benalva da Silva Vitório, alguns estudantes brasileiros agiram mais por imitação. Estavam encantandos com a liberdade e não tinham uma formação política e nem cultura para isso, porém tinham vontade de buscar e entender o que acontecia no mundo. Ainda segundo ela, a cidade de Santos sempre teve peso de contestação às ditaduras, e muitos estudantes eram filiados à União Nacional dos Estudantes (UNE).

Para o deputado estadual Fausto Figueira que , foi integrante da UPES - União Paulista de Estudantes Secundaristas, as reivindicações batiam de frente contra a ditadura. Entre elas, os estudantes lutavam pelo retorno das eleições da UNE, que haviam sido banidas pelo governo militar. Outra bandeira dos estudantes era impedir a retirada da autonomia da Cidade que o governo militar tinha imposto e poder eleger assim os seus governantes. Figueira cita vários personagens do movimento de 68 em Santos, por exemplo, Laércio José Gerbi, hoje um dos donos do colégio Universitas.

Outro personagem importante foi o coronel Antônio Erasmo Dias que morreu no início de 2010. Em reportagem realizada em 2008, ele disse que "os estudantes defendiam teses socialistas e comunistas tentando inverter o regime do governo, e por isso desrespeitavam a Lei de Segurança Nacional". O coronel lembrou que os estudantes da UNE eram patrocinados por partidos comunistas e por isso ele mesmo tentou por diversas vezes acabar com as reuniões estudantis. A perseguição de Erasmo Dias aos estudantes ultrapassou maio de 68. Em 1977, ele invadiu a PUC para acabar com uma reunião da UNE. O fato aconteceu, segundo ele, porque os estudantes estavam cometendo ato subversivo ao realizarem um congresso clandestino e "tinham o apoio do cardeal (referência ao cardeal de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns) na universidade que era socialista". Neste período o corenel era Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo.

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