sexta-feira, 7 de maio de 2010

Abandono em hospitais exige investigação

Não são só os casos de violência física e psicológica contra criança que chamam a atenção. O abandono de bebês em hospitais também preocupa. Um dos principais hospitais infantis da Baixada Santista, o Irmã Dulce, em Praia Grande, registrou de janeiro a março quatro casos de abandono de recém-nascidos.

Carlos Cabral, Promotor Público da cidade, diz que a maioria dos casos envolve moradoras de ruas e usuárias de drogas, que entram no hospital em trabalho de parto sem documentação e dão endereços falsos. Assim, após o nascimento da criança, saem do hospital para buscar a documentação e não retornam.

Segundo os últimos registros de abandono no hospital Irmã Dulce, nos últimos quatro registros, dois bebês morreram, um foi encaminhado para o conselho tutelar e outro se encontra com problemas de saúde no hospital. Para proteger a identidade da criança, a promotoria pública não permite dar detalhes sobre casos específicos. Mas, em conseqüência das drogas, grande parte dos abandonados tem algum tipo de anomalia e a mais comum é a de hidrocefalia (acumulação de líquido cefalorraquidiano (LCR) no interior da cavidade craniana).

A assistente social do hospital, Renata Carvalho, com experiência de 24 anos na área da saúde, conta que a busca pela família acaba muitas vezes se tornando uma investigação nula, pois há casos em que a criança chega a morrer antes mesmo de se descobrir o nome dos pais. Assim, o primeiro passo do hospital, em caso de abandono de crianças, é acionar o conselho tutelar e o ministério público para dar início aos processos.

Renata alerta ainda para outro tipo de abandono, a negligência contra crianças. Algumas chegam com doenças decorrentes de maus tratos, obrigando o hospital a encaminhar o paciente ao conselho tutelar para que o Estatuto da Criança e do Adolescente seja cumprido.

“Muitas vezes os pais deixam a criança no hospital, achando que trata-se de um período no spa ou colônia de férias, não visitam as crianças e muitas vezes não vêm buscar no dia da alta, o que causa traumas permanentes”, conta Renata.

Materia feita por Mayara Jacques

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