A Era da Tecnologia Sustentável

Por Xenda Amici “A máquina não isola o homem dos grandes problemas da natureza, mas insere-o mais profundamente neles”. A citação do escritor e aviador Antoine Saint-Exupéry (1900-1944) talvez não tenha sido levada em consideração em meio aos avanços tecnológicos advindos da 2ª Guerra Mundial. Quase 70 anos depois, parece que a sociedade deu ouvidos ao escritor e vem se preocupando cada vez mais em produzir e consumir itens que se encaixam nos moldes da chamada Tecnologia Sustentável. Essa preocupação crescente com o ecossistema deu origem a uma nova forma de pensar e agir. Pegando carona com esta tendência do século XXI, as grandes empresas se reestruturaram para se tornarem ambientalmente corretas. Um exemplo: no início da década de 90, um automóvel ganhava o consumidor por seu design moderno e motor potente. Hoje em dia, um carro movido a combustíveis renováveis (como o biodiesel, etanol, gás natural, eletricidade e hidrogênio) faz sucesso e chama atenção na hora da compra. Mas, afinal, em que as empresas e os consumidores estão realmente interessados: em fazer economia ou contribuir para a preservação do meio ambiente? O coordenador do curso de Engenharia Ambiental da UniSantos, Profº José Maurício de la Fuente, afirma que este novo conceito sustentável tem sido lucrativo para as grandes empresas. “Várias empresas revisaram seus conceitos e obtiveram menor custo repensando seus processos produtivos. No site da CETESB é possível encontrar referências dessas experiências aqui no Brasil”. Popularização As geladeiras fabricadas antes de 2001 emitiam gás CFC, que é nocivo à camada de ozônio. Em 2007, o Governo brasileiro assinou um decreto que proíbe a importação de produtos que emitem tal substância. A jornalista Carolina Viana Morgado busca sempre se informar antes de comprar um eletrodoméstico. “Procuro ficar atenta ao que é divulgado na mídia sobre novas tecnologias sustentáveis. Mesmo que o produto seja mais caro, compro porque sei que estou fazendo um investimento em longo prazo”. A sustentabilidade também se faz presente em outros cômodos da casa. Os sistemas de reaproveitamento de água da chuva e de aquecimento solar da água podem resolver o problema do gasto excessivo do recurso durante os banhos. De la Fuente acredita que estes novos sistemas irão se popularizar rapidamente. “No Brasil e no mundo existem premiações para projetos acadêmicos que buscam o desenvolvimento de casas sustentáveis. Estes incentivos ajudarão a difundir a tecnologia sustentável”. Mão na massa Alunos do 3º semestre do curso de Petróleo e gás da UniSantos estão desenvolvendo estudos sobre o uso de energias alternativas para aplicação no campus Dom Idílio. Um dos projetos é a elaboração de um aquecedor solar de baixo custo, que será montado no estacionamento. Publicado no Hipertexto Fabíola Ferreira