E, por que não reler a crítica da obra? Produzi o texto para a aula de Jornalismo On-line para o blog Hiperfilmes. Confira o replay agora, em Radar Facos.
Transformar o velho em vanguarda. Esse é o perfil do cinema americano nos anos 2000. Numa época em que a padronização dos blockbusters formatou a criatividade de diretores e o gosto do público, releituras de clássicos, como a “Fantástica Fábrica de Chocolate”, e histórias épicas, como “Tróia”, viram apostas para o mercado.
Seguindo a tendência, a diretora Julie Taymor, até então desconhecida, lançou em 2007a cronologia beatlemaníaca “Across the Universe”. Aparentemente, mais um musical repetitivo e chato para leigos, como os da Broadway, mas ao som de rock ‘n’roll.
Quem já assistiu ao filme sabe que a primeira impressão não é a que fica. A grande atração de “Across The Universe” é resgatar os momentos que inspiraram os Beatles a compor as músicas mais regravadas de todos os tempos. São detalhes que poucos conheciam até agora.
O início
O filme começa bem. Mostra a diferença gritante entre o cenário cultural dos Estados Unidos, a terra da mocinha, e da Inglaterra, de onde vem o protagonista. A música Hold Me Tight é tocada em ambos os países, com cortes entre os versos. Enquanto na América a canção é acompanhada de metais e coreografias, os subúrbios ingleses executam a mesma composição, mas com amplificadores de distorções quentes valvuladas e rockn’roll.
No entanto, quem espera ver figurinos da época ficará decepcionado. Para conquistar o público, a diretora trocou as roupas sem graça dos anos 60 por peças que fariam sucesso em qualquer semana de moda atual. Isso não é de se espantar, afinal, apesar do filme ser cultuado por pseudo-intelectuais, a trama é comercial.
Velhas canções como você nunca ouviu
I Want You So Bad (Te quero demais). A frase soa adolescente para quem não viveu a guerra do Vietnã. Uma nova geração de fãs descobrem em “Across the Universe” que, na verdade, o vocalista deste hit, She’s so Heavy, é na verdade o ícone mais conhecido da América, Tio Sam. Neste caso, substitua garotas apaixonadas por jovens militares rumo à morte.
Outra sequência que descreve o propósito do filme é a de All You Need is Love, quando os personagens afrontam a polícia de Nova York ao tocar no terraço de um edifício. Esse episódio pode lembrar a última apresentação pública dos Beatles, com a música Get Back.
A diferença é que, ao mostrar a luta entre artistas e autoridades, os bastidores ganham papel principal em “Across the Universe”. Conheça as histórias dos nomes mais cantarolados de todos os tempos - Jude, Prudence e Lucy, entre outros - e descubra episódios incríveis por trás das músicas dos Beatles. Aliadas ao vídeo, as músicas ganham um novo sentido. Após assistir aos vídeos abaixo, você nunca mais ouvirá os clássicos da banda da mesma forma.
Ordem Cronológica
De fato, “Across the Universe” não é um filme para quem seleciona fases dos Beatles. A trama se desenrola no ritmo e estilo que a banda popularizava nos anos 60. Hippie, mocinho, psicodélico, caipira, romântico... O filme só agrada quem curte todos os álbuns.
Faltas de Cartão Vermelho
É impossível agradar a gregos e troianos. Ainda mais quando se fala do vasto universo dos Beatles, grandes hits ficam de fora. Entre eles: Michelle, Help, In My Life, Daytripper, Sun King, Here Comes the Sun.
Sinopse
O inglês Jude (Jim Sturgess) decide partir de Liverpool para os EUA em busca de seu pai. Lá ele conhece Max (Joe Anderson), um estudante rebelde. Torna-se seu amigo e se apaixona por sua irmã, Lucy (Evan Rachel Wood).
Esta por sua vez, acaba se envolvendo com emergentes movimentos de contracultura, da psicodelia aos protestos contra a Guerra do Vietnã. Em meio às turbulências da época, Jude e Lucy vão passar por situações que colocam sua paixão em choque (em momento algum os Beatles são citados no filme).
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