quarta-feira, 28 de abril de 2010

Crítica ou resenha?

A confusão entre o que é crítica e o que é resenha fez com que eu acabasse trocando uma pela outra. A tarefa era escrever uma crítica de cinema para o blog hiperfilme.
Na primeira tentativa, acabou saindo uma resenha. Como ela não foi publicada, aproveito para colocá-la aqui.

Peixe Grande

O cinema é a arte de contar histórias por meio de imagens em movimento. Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas, do diretor Tim Burton, traduz bem essa arte.
William Bloom, jornalista norte-americano vivendo em Paris, volta à cidade natal para rever o pai, paciente terminal de câncer. Os dois não se falavam há três anos, por conta de uma incompatibilidade essencial: o pai vivia contando histórias, o filho já não queria ouvi-las. Agora sua última narrativa seria a da própria morte. Quando criança, Edward Bloom viu o modo como iria morrer nos olhos de uma bruxa - conhecimento que o libertou do medo de outras ameaças. "Se você sabe como vai morrer, pode sobreviver a qualquer coisa."
Viver e narrar o fim é a última grande aventura, e a busca de William pela linha que separa os fatos da ficção e o homem do mito acaba levando-o à descoberta de quem realmente é o seu pai.
Edward Bloom é um contador de histórias. Sua vida, plena de acontecimentos mirabolantes e personagens memoráveis, girava em torno de uma lenda: a do peixe grande. O ser inalcançável simbolizava a busca incansável. "O maior peixe do rio fica desse tamanho porque nunca é pego". Ambição, perseverança e astúcia levam Edward à jornada de se tornar maior que si mesmo.
História do Gigante. História da partida, da estrada desconhecida e de Spectre, a cidade perfeita. História do circo e do encontro com a garota do seu destino. História do grande amor. História da guerra e das gêmeas cantoras. Histórias de caixeiro-viajante e do assalto ao banco. História da destruição e reconstrução de Spectre. Jennifer Hill e a história da fidelidade. A história final.
Histórias ou mentiras? A rendição do filho ao encanto das lendas do pai acontece também em forma de narrativa. William assume a narração de como Edward vai morrer. Os papéis se invertem. O filho conta uma história para o pai. "Você se torna o que sempre foi: um peixe grande. E é assim que acontece".
Peixe Grande é a história de um reencontro, de aceitação e descoberta - a incrível jornada de tornar-se quem se é.

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